Diminuir a velocidade do carro nos centros urbanos é uma medida que gera controvérsias. Isso porque a cultura automobilística permeia grande parte das cidades brasileiras, fazendo com que a lógica seja facilitar cada vez mais o fluxo dos carros. Esse debate merece atenção especial, já que a velocidade é um dos fatores cruciais em se tratando de segurança viária.
Exemplos inspiradores comprovam que existem, sim, verdadeiros “paraísos” de pedestres e ciclistas que são modelos em mobilidade urbana e qualidade de vida. Um deles é Edimburgo, na Escócia. A cidade anunciou a redução da velocidade de 50km/h para 30km/h (ou 20MPH) nas áreas residenciais e em vias próximas a centros comerciais.
Todos os esforços estão voltados a criar um ambiente viário mais seguro e encorajador ao uso da bicicleta e da caminhada como meios de transporte. O projeto piloto foi bem aceito por pedestres e motoristas no bairro de Marchmont, já que as evidências mostram que reduzir a velocidade também reduz atropelamentos e colisões.

Crianças durante o lançamento do projeto de redução da velocidade na Escócia. (Foto: reprodução/Facebook The City of Edinburgh Council)
Outra iniciativa é a Zona 30, que propõe que cidades criem ambientes com velocidade máxima de 30km/h. A pioneira foi Buxtehude, na Alemanha, e se expandiu para cidades em diversos países como França, Belgica, Itália, Holanda, Áustria, Reino Unido, Dinamarca. Quanto aos benefícios, estudo realizado pelo British Medical Journal mostrou que houve redução de 41.9% de vítimas de trânsito nesses locais. (Veja o site oficial)
Um grupo britânico que também caminha de mãos dadas com a segurança viária é o movimento 20’ Plenty for Us, que tem como principal argumento a segurança e a qualidade de vida que as pessoas e a cidade podem ganhar com a redução de velocidade nas áreas residenciais.
“Vários estudos indicam que uma pessoa atingida por um carro a 50km/h tem 15% de chance de sobreviver. Ao passo, que se atingida por um em veículo a 30k/h, suas chances pulam para 95%”, explica o coordenador do movimento, Rod King.

Por mais segurança viária, projetos visam reduzir velocidade nas vias residenciais para 30 km/h. (Foto: Albert Bridge)
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