Crescimento expressivo do número de mortes e casos de invalidez permanente causados por acidentes envolvendo motocicletas revela uma situação preocupante

Número de casos de invalidez permanente de motociclistas teve aumento de 1.378% em onze anos (Foto: Paulo Brabo)
O relatório Fatalidades em duas rodas, produzido pela Seguradora Líder a respeito das indenizações do seguro DPVAT por mortes e invalidez permanente de motociclistas, revela que, entre 2000 e 2011, tanto a frota quanto o número de acidentes envolvendo motocicletas sofreram um aumento significativo. O número de motos em circulação no país cresceu 357% no período, chegando a 18,4 milhões de veículos. Como consequência, o número de mortes envolvendo asmotos também aumentou: 134%.
Os dados impressionam, mas o mais alarmante deles é o aumento dos casos de invalidez permanente causada pelos acidentes. No mesmo período, o aumento desses casos foi dez vezes maior, atingindo um crescimento de 1.378%. A situação é preocupante, e o relatório indica que esses índices devem aumentar ainda mais, uma vez que o prazo de pedido de indenização pelo DPVAT é de até três anos.
No ano passado, mais uma vez, as motos lideraram as solicitações do DPVAT no Brasil, com 69% do total, à frente de carros (25%), caminhões (4%) e ônibus (2%). Os dados estão em outro relatório, divulgado recentemente também pela Seguradora Líder, dessa vez incluindo todos os modais de transporte. O número de indenizações por morte de motociclistas é de aproximadamente 23 mil, e o de indenizações por invalidez permanente decorrente do mesmo modal passa dos 246 mil. Somados aos dados coletados entre 2000 e 2011, esses números compõem um valor total de quase um milhão de vítimas em doze anos.
Abaixo, a tabela produzida pela ANTP mostra esses números e aponta uma tendência preocupante: é alta a probabilidade de um motociclista se envolver em um acidente com consequências graves.
A conclusão, de acordo com Eduardo Vasconcellos, engenheiro e consultor da ANTP, é que, “embora a motocicleta seja conveniente em relação à utilidade pessoal, agilidade e custo, seu impacto na vida dos usuários continua a ser grave. Isso requer a adoção de medidas de segurança de trânsito que precisam ser discutidas com urgência pela sociedade”.
Fonte: ANTP