Solução adotada em mais de 140 cidades pelo mundo, o BRT (Bus Rapid Transit) foi a grande estrela da manhã de debates do seminário promovido pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), em Brasília. “BRT: Solução global para a mobilidade urbana sustentável” foi o tema do painel que abriu o segundo e último dia do evento, nesta quarta-feira (29), e teve participação do diretor do Metrobús, da Cidade do México, Guillermo Calderón; do consultor internacional, Brendan Finn; do diretor da NTU, Marcos Bicalho; e do diretor-presidente da EMBARQ Brasil (produtora deste blog), Luis Antonio Lindau.
Para Lindau, a implantação de BRTs é uma grande oportunidade, principalmente para países em desenvolvimento. “Atualmente, 65% da demanda do BRT está concentrada em grandes metrópoles latino-americanas”, disse Lindau. Ele apresentou casos de países que já utilizam o BRT ou sistemas similares, como Colômbia, Equador, Guatemala, Venezuela, Peru, Argentina, Chile, Estados Unidos e Brasil, que atualmente tem várias capitais com projetos em andamento (a exemplo de Rio de Janeiro, Uberlândia, Curitiba).
A adoção e o funcionamento dos sistemas BRT pelo mundo foram debatidos por especialistas nacionais e estrangeiros, incluindo relatos de experiências de sucesso mundo afora. Diretor Administrativo e Institucional da NTU, Marcos Bicalho destaca que a entidade pretende motivar a troca de conhecimento, informações e experiências sobre o tema. “É um trabalho que estamos começando a colher resultados e, por isso, precisamos buscar soluções que estão sendo usadas por diversas cidades”, afirma Bicalho.
O diretor do Metrobus da Cidade do México, Guillermo Calderón, mostrou como foi e como está atualmente o sistema implantado na capital mexicana. Hoje, a cidade tem quatro linhas de BRT, que alcançam 95 quilômetros de extensão, atendendo cerca de 760 mil passageiros por dia. A redução do tempo de viagem desde a adoção do BRT foi superior a 40%. A tarifa é de cinco pesos mexicanos e o usuário pode utilizar todo o sistema, em um sentido, pagando apenas uma passagem.
“A Cidade do México tomou a iniciativa de implantar um sistema novo e escolhemos fazer na avenida mais importante da cidade. Essa foi a nossa primeira batalha: dar exclusividade ao transporte público”, ressaltou Calderón.
Além disso, o diretor do Metrobus falou sobre os investimentos necessários para implantar um sistema BRT. Um quilômetro de metrô custa US$ 150 milhões, enquanto o custo do BRT é de aproximadamente US$ 10 milhões: 15 vezes menos. “Essa diferença mostra porque muitas cidades adotaram o sistema”, concluiu Calderón.
Os BRTs implantados na capital mexicana permitem acesso universal e vem substituindo os veículos mais antigos e poluentes. Além disso, é 100% automatizado e já representa 15% a menos de carros nas ruas, aproximadamente, 122 mil veículos fora de circulação por dia.
Já o consultor internacional Brendan Finn mostrou algumas experiências que estão em curso em países como França, Holanda, Reino Unido, Irlanda e Espanha. “Nossa meta era aumentar o número de passageiros, o que temos conseguido até o momento. A ideia é estimular as pessoas a deixarem os carros em casa e utilizar o sistema público de transportes”, relatou Finn.
O consultor mostrou como estão os sistemas nesses países, oferecendo informações em tempos real para os passageiros, dentro dos ônibus, nas paradas, na internet e por meio de aplicativos para smartphones.
Trackbacks/Pingbacks