O espaço está virando artigo raro nas grandes metrópoles e, por isso, começa a ficar na mão dos que podem pagar por ele. Mas esse é o futuro que queremos para as nossas cidades? Aposto que não.
O The New York Post fez um levantamento sobre os preços das vagas para carros nos condomínios de Nova York e revelou números que surpreendem. Uma vaga de garagem em um condomínio novinho na Big Apple custa USS$ 1 milhão, de acordo com o jornal norte-americano. O valor equivale a cerca de seis vezes o preço médio de uma casa familiar nos Estados Unidos ou a 24 anos pagando multas diárias de US$ 115 por estacionamento proibido.
O edifício que abrigará a garagem foi comprado no ano passado por US$ 120 milhões e será transformado em um condomínio com seis apartamentos. O comprador da futura cobertura vai desembolsar cerca de US$ 38 milhões e terá a possibilidade de adquirir também a vaga de garagem por US$ 1 milhão. Segundo a publicação, a raríssima comodidade de dispor de uma vaga de garagem dentro de um prédio em Manhattan é um “enorme” símbolo de riqueza e deve ser destinada a quem busca privacidade – uma celebridade ou alto executivo, por exemplo.
A questão é que todos merecem privacidade e conforto, mas pouquíssimos poderiam pagar uma quantia tão alta para isso. Além do mais, nossos conceitos de bem-estar estão fortemente ligados ao carro, o que é uma pena. A opção de priorizar os automóveis está deixando a grande maioria das pessoas na mão. Essa lógica não te parece invertida?
Se tivéssemos mais opções de deslocamento nas cidades e qualidade no transporte público, ter um carro seria bem dispensável – o que diminuiria o número de automóveis nas ruas e, por consequência, o problema de falta de espaços públicos. A própria prefeitura de Nova York já se deu conta disso e está investimento em medidas para melhorar a qualidade de vida e tornar a Big Apple “a metrópole mais verde do mundo”.
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