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Sergio Fajardo e o renascimento da cidade de Medellín, agora projetado para o Departamento de Antioquia

Metrocable de Medellín integrou comunidades carentes. (Foto: EMBARQ Brasil)

por Darío Hidalgo,  diretor de Pesquisa e Prática da EMBARQ.

Para o ex-prefeito de Medellín, Sergio Fajardo (2004-2007), e agora governador eleito de Antioquia (2012-2014), toda ação de governo deve ser estrategicamente associada a resolver problemas fundamentais de desigualdade social, violência e cultura de ilegalidade. Seu trabalho procura diminuir a porta para a violência e aumentar a felicidade das pessoas. Sair do medo e renovar a esperança, através da ciência, conhecimento, cultura, inovação e empreendedorismo.

Seu trabalho transformador tem um componente físico no espaço público, instalações sociais e habitação digna, que são um catalisador de mudança. Eles são necessários, mas não são suficientes, como em teoremas matemáticos (atividade de Fajardo antes da política). O espaço público é melhorado, reabilita e conecta comunidades, elimina barreiras invisíveis e implementa ruas completas, com prioridade para os pedestres e sem barreiras arquitetônicas, para que todos desfrutem. As novas instalações sociais são espaços humanos: centros culturais (bibliotecas), jardins de infância, escolas, casas de Justiça, centros de saúde e campos esportivos, entre outros, com a mais alta qualidade possível, mesmo em áreas com carências maiores. E novas habitações bem feitas, decentes e “amigas do meio ambiente”.

Todas estas ações têm um elemento da participação do público no seu desenvolvimento… na definição de como fazer as coisas de acordo com as necessidades específicas de cada área operada. Como o orçamento é limitado, a ação da gestão se concentra em áreas estratégicas: desiguais, violentas, ilegais. E o impacto transformador é enorme, conforme indicado por Duver e Johan, duas crianças que nos contaram a história do bairro Santo Domingo, na comuna nordeste: “a violência acabou, agora o bairro é mais bacana: com teleférico integrado ao metrô, escola melhor, biblioteca, córregos recuperados, campo de futebol sintético”.

Nada disso é fácil, requer liderança política, equipes técnicas de alto nível e compromisso além de recursos para preparar e fazer as coisas direito. Medellín contou com uma linha de continuidade na administração seguinte, liderada por Alonso Salazar (2008-2012). Assim algumas prioridades são ajustadas e novas linhas de ação são criadas, o que é fundamental cotinua.

A recente eleição de um político com a mesma linha geral de pensamento e ação, Aníbal Gaviria (2012-2014), e que já ocupou o Governo de Antioquia (2004-2007), faz prever que a Medellín Imparable seguirá viva, Viva Medellín.

Os grupos da EMBARQ do Brasil, México, Colômbia, Chile e Estados Unidos tiveram a oportunidade de compartilhar com Sergio Fajardo algum tempo durante a visita a Medellín, e começar a entender a importância do transporte de massa nos assentamentos sub-normais sob a forma de teleférico, integrado em múltiplas ações no espaço público, instalações e habitação. Mas Fajardo não inventou o teleférico, ele o utilizou na sua estratégia global baseada na decência, dignidade e respeito pelas pessoas, para todas as pessoas. E começou o segundo teleférico no Novo Oeste, inaugurado pelo seu sucessor em 2009. Agora o Metrô de Medellín constrói um terceiro corredor no oriente com tranvía e teleférico, e a cidade se prepara para todas as outras intervenções, nas quais um teleférico não é apenas um teleférico e sim um transformador urbano.

Aníbal Gaviria e Sergio Fajardo

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