Este artigo foi originalmente publicado por Itir Sonuparlak, no TheCityFix.com, em 04 de outubro de 2011.
A Organização Mundial de Saúde lançou uma pesquisa inédita sobre qualidade do ar, na semana passada, que mostra um perigoso aumento dos níveis de poluição do ar. Segundo os dados, mais de 2 milhões de pessoas morrem todos os anos por causa da poluição, tanto interna quanto externa, e os níveis de qualidade do ar coletados estão ameaçando perigosamente a saúde das pessoas em muitas cidades.
Segundo a OMS, o elemento responsável na poluição do ar são as partículas PM10, partículas que medem 10 micrômetros ou menos, que podem “penetrar nos pulmões e entrar na corrente sanguínea, causando doenças cardíacas, câncer de pulmão, asma e infecções respiratórias inferiores.”
As orientações sobre qualidade do ar da OMS determinam que a média anual máxima de partículas PM10 deve ser de 20 microgramas por metro cúbico. No entanto, os dados indicam que algumas cidades já alcançaram e até ultrapassaram a média anual máxima, com uma medida de qualidade do ar de 300 microgramas por metro cúbico – 15 vezes acima do recomendado pela OMS. Segundo a OMS, apenas algumas cidades já atingiram suas diretrizes na gestão da qualidade do ar.
A OMS também afirma que os níveis elevados de partículas finas poluidoras são comuns em muitas áreas urbanas, e provêm de fontes de combustão, como usinas de energia e veículos automotores. “Em ambos os países desenvolvidos e em desenvolvimento, os maiores contribuidores para a poluição do ar urbano são o transporte a motor, fabricantes de pequena escala e outras indústrias, queima de biomassa e carvão para cozinhar e aquecer, assim como a queima de carvão em usinas de energia,” explica a organização. “Lenha e queima de carvão para aquecimento do ambiente é um grande contribuidor para aumentar a poluição do ar, especialmente nas zonas rurais durante os meses mais frios.”
Em 2008, havia uma estimativa de 1,34 milhões de mortes prematuras devido à poluição do ar nas cidades. Deste número, 1,09 milhões de vidas poderiam ter sido salvas se as orientações da OMS tivessem sido cumpridas. Segundo a OMS, o número de mortes atribuídas à poluição do ar nas cidades aumentou em cerca de 1,15 milhões de pessoas, desde 2004. A organização atribui este aumento à maior concentração de poluição do ar e um aumento da população urbana. Ela também afirma que a disponibilidade dos dados e metodologia reforçada influenciaram na diferença de cálculos.
Depois da divulgação desta pesquisa alarmante, a OMS está pedindo uma maior consciência dos riscos à saúde causados pela poluição atmosférica urbana e a implementação de políticas efetivas, além de um acompanhamento rigoroso dos níveis de qualidade do ar nas cidades. “É esperado que a redução de uma média de 70 mg/m3 de PM10 para uma média anual de 20 mg/m3 de PM10 produza uma redução de 15% na mortalidade, o que é considerado um grande ganho de saúde pública”, explica a OMS. “Em níveis mais elevados de poluição, medidas semelhantes teriam menos impacto na redução da mortalidade, mas, mesmo assim, ainda traz benefícios importantes para a saúde.”
“As soluções para os problemas de poluição do ar exterior vão variar de acordo com cada cidade, dependendo da contribuição relativa das fontes de poluição, seu estágio de desenvolvimento, bem como a sua geografia local,” disse o Dr. Carlos Dora, a OMS Coordenador de Intervenções para Ambientes de Saúde no Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente. “A maneira mais poderosa de usar as informações do banco de dados da OMS é para a cidade monitorar sua qualidade do ar, sua própria evolução ao longo do tempo, e assim identificar, melhorar e criar intervenções eficazes.”
Leia mais sobre a pesquisa de Dora, e a ligação entre os transportes e a saúde em um post anterior do TheCityFix, aqui.
Para mais informações sobre dados de qualidade do ar da Organização Mundial de Saúde, leia o press release e explore o banco de dados.
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