Que a bicicleta é um meio de transporte “limpo” e saudável, todo mundo sabe. Mas o que poucos imaginam é como o mercado da magrela está crescendo e movimentando a economia de muitos países que incentivam o seu uso. Justamente para medir o impacto que esse novo hábito de mobilidade urbana está gerando, a London School of Economics (LSE) realizou uma elaborada pesquisa sobre o assunto no Reino Unido (RU).
O relatório “The British Cycling Economy”, lançado na semana passada, revela que o ciclismo rendeu 2,9 bilhões de libras esterlinas, cerca de 7,9 bilhões de reais, aos cofres britânicos somente em 2010. O estudo avaliou todas as etapas da indústria da bicicleta, desde os fabricantes e venda de acessórios até os empregos diretos no setor.
Atualmente, 23 mil pessoas trabalham ligadas ao ciclismo no RU, as quais já renderam ao governo pelo menos 100 milhões de libras na forma de impostos, só no ano passado. Somando todas as bikes vendidas, o número total chega a 3,7 milhões, 28% a mais que no ano anterior, gerando 1,62 bilhões de libras. E só em equipamentos como capacetes, luvas e lanternas, o lucro atingiu 853 milhões de libras para a economia britânica.
Com mais de 13 milhões de ciclistas ativos na terra da Rainha, os ganhos ambientais também são muito relevantes. Estima-se que haverá aumento de 20% no setor das bikes até 2015, o que significaria uma economia de 207 milhões de libras com a redução dos congestionamentos no trânsito, e outros 71 milhões pela diminuição das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera.
O relatório também aponta os benefícios que a bicicleta trouxe para a saúde dos ciclistas. Segundo o estudo, as pessoas que usam a magrela com frequência ficam doentes apenas 7,4 dias por ano, contra os 8,7 dias daquelas que não pedalam. O governo agradece, já que – só com essa pequena diferença – os ciclistas economizam ao sistema público de saúde quase 128 milhões de libras ao ano.
Apesar dos números que envolvem o mercado da bicicleta impressionarem, o relatório aponta que os investimentos em infraestrutura e incentivo ao uso das bikes ainda não é o ideal no Reino Unido. Mesmo ampliando em 200% seu sistema cicloviário, em diversos municípios e grandes centros urbanos, visando os Jogos Olímpicos de 2012, ainda faltam esforços para fortalecer a cultura da bicicleta em solo britânico. Muitas pessoas continuam tendo receio em andar de bicicleta por falta de segurança e estímulo.
Já que a imensa maioria da população (83%) acredita que questões ambientais e salutares devem ser prioridades na agenda do governo, esta é uma boa hora para os líderes públicos apoiarem a prática do transporte sustentável. Além do mais, já foi comprovado que os ganhos maiores não estão nas cifras, mas, na qualidade de vida de todos.
Baixe o estudo completo aqui.
Fontes: TheCityFix e Planeta Sustentável
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